2014
Manoel de Barros nasceu em Cuiabá-MT, em 1916. Até os 17
anos viveu entre a casa da família e um internato, onde iniciou os estudos. Sua
vida acadêmica se passou na cidade do Rio de Janeiro, onde ficou até se formar
bacharel em Direito, em 1941. Viveu também em Nova Iorque, Paris, Itália e
Portugal.
Conheceu Stella, sua esposa e com ela voltou para o
Pantanal-MS, para assumir uma fazenda de gado que recebera de herança, passando
a dividir seu tempo entre o Rio de Janeiro e o Pantanal.
Ainda que, nesta época, vivesse afastado dos círculos
literários, sua poesia já vinha tomando corpo. Em 1970, recebe o Prêmio Orlando
Dantas, em Brasília e, em 1980, seu livro Arranjos para Assobio é descoberto e
reconhecido pela crítica e pelo público.
Pertencente à geração de 45, onde despontaram os grandes
poetas brasileiros da metade do século XX, Manoel constrói uma linguagem
inovadora, que chega ao limite da agramaticalidade, cheia de neologismos e, ao
mesmo tempo, remetendo a língua portuguesa às suas raízes mais profundas.
A profunda correlação da fala poética com as imagens
visuais, vem de sua leitura do Pe. Antonio Vieira: “eu aprendera em Vieira que
as imagens pintadas com palavras eram para se ver de ouvir”.
Jorge La Rossa, escritor espanhol e tradutor da obra de
Manoel, fala com propriedade de sua criação poética: “A obra de Barros é
inexplicável como o milagre, como qualquer obra de arte quando é genuína. É um
poeta por necessidade, por dom ... Do estado de ruina do mundo, à
inevitável fragmentação do sujeito, sua obra reflete o desmoronamento de uma
cultura e de uma forma de humanidade. Seu universo pantaneiro aparece
poeticamente filtrado por pontos de vista humanos, animais, vegetais e minerais
altamente elaborados: um mundo intocado e profundamente humanizado, um mundo
poético, encantado”.
Manoel cria uma relação única com a linguagem e o mundo. Uma
linguagem que desobedece, a seu modo, e que tem um mundo concreto que brinca a
seu modo. Enfim, um poeta singular!
“O que escrevo resulta de meus armazenamentos ancestrais e
de meus envolvimentos com a vida. Sou filho e neto de bugres, andarejos e
portugueses melancólicos. Minha infância levei com árvores e bichos do chão.
Penso que a leitura e a frequentação das artes desabrocha a imaginação para um
mundo mais puro. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante
do mundo tão tecnocrata e impuro. Acho mais pura a palavra do poeta que é
sempre inocente e pobre”. – Manoel de Barros.
2015
Elisa Lucinda nasceu em Vitória no Espírito Santo. É poetisa, jornalista, cantora e atriz brasileira. Idealizadora e fundadora da Casa Poema, a artista tem seu foco de atuação na arte-educação. Com seu jeito ímpar de dizer versos, Elisa faz com que todos entendam seu conteúdo, conheçam e se apaixonem pela beleza da poesia, sendo considerada a artista da sua geração que mais populariza o viver poético.
Além de admirada pelos seus inúmeros espetáculos e recitais em teatros, empresas e escolas do Brasil e no exterior, a atriz também é conhecida pelos seus encantadores papéis no cinema e nas telenovelas da Rede Globo. Elisa possui 13 livros publicados, entre eles o seu primeiro romance: “Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada”, uma autobiografia não autorizada.
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